A Colômbia sob o direcionamento do
presidente Juan Manuel Santos vem passando por diversas controvérsias e
dualismo tanto interna como externamente, o país vem sofrendo uma crise
diplomática com o seu vizinho, a Venezuela do governo Maduro, sucessor de Chávez,
que decretou o fechamento da fronteira e a expulsão de diversos colombianos que
viviam em seu território. Segundo o professor Fernando Almeida, do Instituto de
Estudos Estratégicos da UFF, especialista na área de política internacional, existem
cerca de 4 milhões de colombianos vivendo na Venezuela, o que é um número considerável
tendo em vista que a população do país tem 30 milhões de habitantes.
A questão do conflito armado na Colômbia,
que já dura décadas, entre o governo e as FARC começa e demonstrar sinais de um
fim pacífico, o governo do Brasil considera uma vitória da América do Sul
segundo comunicado oficial do MRE, a informação de que a paz definitiva no país
será realizada em um prazo de seis meses.
"O êxito do
processo de paz na Colômbia será uma vitória não apenas para o povo colombiano,
mas para toda a América do Sul, que se consolida como região de paz, de diálogo
e de cooperação"
O
governo aponta a mediação de Cuba como a principal conciliadora entre o governo
e os grupos armados.
Enquanto
internamente o acordo interno causa uma certa pressão das forças políticas de
direita dentro do governo, do ponto de vista externo, a Venezuela leva à uma
crise diplomática com a instauração de um estado de exceção, inicialmente no
sul da fronteira, mas que se alastra para outras regiões, aliado à deportação
de colombianos que viviam na Venezuela próximos às fronteiras com a Colômbia.
O
inicio dessa crise deriva de questões político-econômicas entre os dois países
vizinhos, como explica o professor Fernando Roberto:
“A economia venezuelana
atual é altamente subsidiada e muitos colombianos vão até lá para se
abastecerem de diversos produtos, que acabaram sendo usados no contrabando. Um
grupo de contrabandistas colombianos (segundo autoridades venezuelanas) atacou
soldados da Venezuela e isso acarretou o começo das expulsões dos colombianos
que vivem na região da fronteira. Por trás disso, há tensão permanente derivada
da acusação colombiana de que a Venezuela apoiaria a guerrilha das Farc. Claro
que a crise econômica venezuelana faz com que o governo de Maduro venha a se
preocupar muito com esses problemas.”
Essa decisão do presidente Venezuela de decretar um
estado de exceção acabou levando à uma forte crise humanitária devido aos
deslocados que fazem o movimento migratório
reverso, retornando à região de conflito com quase nenhuma assistências
dos governos.
A posição norte-americana seria de apoio à Colômbia
como seu aliado na região e como forma de enfraquecer o governo venezuelano que
se posiciona contrário aos seus interesses político-ideológicos. A Colômbia
termina ficando isolada no subcontinente sul-americano por ter sete bases
militares dos EUA gerando alguma tensão, por isso é muito mais interessante
pedir a mediação da OEA conde tem mais força do seu aliado do que na UNASUL,
onde a Venezuela teria uma influência maior, apesar da maior legitimidade.
Os governos brasileiro e argentino na figura de seus
respectivos chanceleres enviaram uma oferta de mediação, entretanto o governo
tanto venezuelano como colombiano resolveram aceitar a mediação oferecida pelo
Uruguai e equador para um encontro em Quito, o que ocorreu com certo sucesso,
apesar de não ter sido assinado nenhum acordo formal que vincule uma decisão futura,
apenas uma declaração conjunta em termos gerais.
Outro fato que ajudou no aumento das tensões foi a invasão
do espeço aéreo do território colombiano por caças da força aérea venezuelana,
que invadiu 12 km durante uma manobra de reconhecimento.
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