sexta-feira, 6 de novembro de 2015

CRISE DIPLOMÁTICA ENTRE VENEZUELA E COLOMBIA




A Colômbia sob o direcionamento do presidente Juan Manuel Santos vem passando por diversas controvérsias e dualismo tanto interna como externamente, o país vem sofrendo uma crise diplomática com o seu vizinho, a Venezuela do governo Maduro, sucessor de Chávez, que decretou o fechamento da fronteira e a expulsão de diversos colombianos que viviam em seu território. Segundo o professor Fernando Almeida, do Instituto de Estudos Estratégicos da UFF, especialista na área de política internacional, existem cerca de 4 milhões de colombianos vivendo na Venezuela, o que é um número considerável tendo em vista que a população do país tem 30 milhões de habitantes.
A questão do conflito armado na Colômbia, que já dura décadas, entre o governo e as FARC começa e demonstrar sinais de um fim pacífico, o governo do Brasil considera uma vitória da América do Sul segundo comunicado oficial do MRE, a informação de que a paz definitiva no país será realizada em um prazo de seis meses.

"O êxito do processo de paz na Colômbia será uma vitória não apenas para o povo colombiano, mas para toda a América do Sul, que se consolida como região de paz, de diálogo e de cooperação"

O governo aponta a mediação de Cuba como a principal conciliadora entre o governo e os grupos armados.
Enquanto internamente o acordo interno causa uma certa pressão das forças políticas de direita dentro do governo, do ponto de vista externo, a Venezuela leva à uma crise diplomática com a instauração de um estado de exceção, inicialmente no sul da fronteira, mas que se alastra para outras regiões, aliado à deportação de colombianos que viviam na Venezuela próximos às fronteiras com a Colômbia.
O inicio dessa crise deriva de questões político-econômicas entre os dois países vizinhos, como explica o professor Fernando Roberto:

“A economia venezuelana atual é altamente subsidiada e muitos colombianos vão até lá para se abastecerem de diversos produtos, que acabaram sendo usados no contrabando. Um grupo de contrabandistas colombianos (segundo autoridades venezuelanas) atacou soldados da Venezuela e isso acarretou o começo das expulsões dos colombianos que vivem na região da fronteira. Por trás disso, há tensão permanente derivada da acusação colombiana de que a Venezuela apoiaria a guerrilha das Farc. Claro que a crise econômica venezuelana faz com que o governo de Maduro venha a se preocupar muito com esses problemas.”


Essa decisão do presidente Venezuela de decretar um estado de exceção acabou levando à uma forte crise humanitária devido aos deslocados que fazem o movimento migratório  reverso, retornando à região de conflito com quase nenhuma assistências dos governos.
A posição norte-americana seria de apoio à Colômbia como seu aliado na região e como forma de enfraquecer o governo venezuelano que se posiciona contrário aos seus interesses político-ideológicos. A Colômbia termina ficando isolada no subcontinente sul-americano por ter sete bases militares dos EUA gerando alguma tensão, por isso é muito mais interessante pedir a mediação da OEA conde tem mais força do seu aliado do que na UNASUL, onde a Venezuela teria uma influência maior, apesar da maior legitimidade.

 

Os governos brasileiro e argentino na figura de seus respectivos chanceleres enviaram uma oferta de mediação, entretanto o governo tanto venezuelano como colombiano resolveram aceitar a mediação oferecida pelo Uruguai e equador para um encontro em Quito, o que ocorreu com certo sucesso, apesar de não ter sido assinado nenhum acordo formal que vincule uma decisão futura, apenas uma declaração conjunta em termos gerais.
Outro fato que ajudou no aumento das tensões foi a invasão do espeço aéreo do território colombiano por caças da força aérea venezuelana, que invadiu 12 km durante uma manobra de reconhecimento.
















Entrevista com Colombiano estudante de Comércio Exterior sobre a crise diplomática


Calí/Niterói, 24 de octubre de 2015

A presente entrevista foi realizada com um estudante colombiano de comércio exterior sobre a crise diplomática colombiana segue versão resumida e íntegra do vídeo:



- Ahora empezamos la entrevista para el trabajo final de la disciplina de periodismo internacional, per la Universidad Federal Fluminense organizado por el profesor Pedro Aguiar. Es una entrevista con un colombiano nativo acerca de los últimos acontecimientos en el país de la América del Sur.
-          ¿Como se llamas?
-          Mi nombre es Luis Fernando Montato
-          ¿De dónde eres?
-          Yo soy de Calí , Colombia
-          ¿A qué se dedica usted?
-          Soy estudiante
-          ¿Dónde estudia? Cuale universidad usted estudia?
-          La universidad del Valle
-          ¿por lo general, usted lee los periódicos?
-          Mas o menos leo algunos, sí, e pelo que vejo em la noticias en la televisión
-          ¿Cómo estudiante de la universidad que piensa del acuerdo de l’as fuerzas armadas revolucionarias colombianas y el gobierno?
-          Bueno, púes es un tema que tiene bastante controversia en el país, La situación en Colombia por 50 años por causa de conflicto armado del gobierno con las guerrillas e las guerrillas e el gobierno colombiano, hay muchas posiciones de acuerdo con las guerrillas de la ala comunista e firma este acuerdo esta temor. Tienes muchas personajes que levantan que lo país va a tornar-se con a ala de izquierdismo e comunismo, como están en este momento países como Venezuela e Cuba.
-          ¿Qué usted cree de la posición del gobierno sobre presuntas violaciones de los derechos humanos de los ciudadanos colombianos residentes en Venezuela que fueron expulsados de sus hogares?
-          ¿De la crise diplomática en la frontera?
-            Sí
-          Valle, bueno en cuanto la parte de la crise fronteriza con Venezuela, púes pienso que fue algo muy crítico,  muy delicado, lo gobierno puede hacer o que quieres con su territorio, pero en ciertas situaciones que tienes que respetar derechos humanos, nese caso los derechos de los extranjeros de las personas de los países residentes en el país. Según las noticias internacionales e que la situación fronteriza es bastante critica con crisis humanitarias porque las decenas se recusarse con escasez la falta de agua e alimentos e a cuestión de la gasolina, entonces nos demos cuenta que la situación económica e social en cuesta parte de lo país es bastante complicada.
-          ¿Usted cree en una solución pacífica con la participación de UNASUR o solamente con una intervención dela OEA sería posible elegir una salida para la controversia?
-          Bueno, nese caso la unasur sería la primera instancia, mas ja acontece un encuentro entre presidente de Colombia e lo presidente de Venezuela en Ecuador con la mediación de los presidentes de Uruguay  e ecuador. Más o menos creo que tiene un acuerdo que se suponía que trata de hacer o mejor e de manera legal.
-           ¿Usted tiene algún amigo o miembro de la familia  que fue muerto por el conflicto armado entre las fuerzas gubernamentales y las FARC?

-          No


Crise Diplomática entre Venezuela e Colombia: entrevista com especialista

Niterói, 02 de novembro de 2015

Segue na íntegra entrevista ralizada como parte da reportagem do trabalho final para a discilina de jornalismo internacional oferecida pelo IACS da UFF e ministrada pelo professor Pedro Aguiar. A entrevista será uma análise por um especialista na área de política internacional e economia política internacional , para entender melhor os recentes acontecimentos na Colômbia, que sofre uma crise diplomática com a Venezuela e realizou um acordo de paz com as FARC (forças armadas revolucionárias colombianas). O convidado para a entrevista foi o Dr. Fernando Roberto de Freitas Almeida, professor da Universidade Federal Fluminense do Instituto de Estudos Estratégicos , lecionando no departamento de estudos estratégicos e relações internacionais, também é colaborador de diversos jornais, revistas e periódicos, nacionais e internacinoais, como Sputinik Brasil e a Rádio Voz da Rússia.




[Anderson Amendola]

 Como eu tinha explicado antes a reportagem será realizada para a disciplina de jornalismo internacional, ministrada pelo professor Pedro Aguiar do IACS da UFF, com o objetivo de entender melhor os recentes acontecimentos na Colômbia, que sofre uma crise diplomática e com a Venezuela e está realizando um acordo de paz com as FARC (forças armadas revolucionárias colombianas), sendo o senhor o professor convidado como especialista em politica internacional e economia política internacional. Para iniciarmos gostaria que o senhor explicasse em linhas gerais como se desenvolveu a "crise diplomática" entre Venezuela e Colômbia?

[Fernando Almeida]

 Olá, vou precisar sair daqui a pouco e será melhor prosseguirmos mais tarde. Sobre a crise atual, é derivada de um deslocamento de colombianos para a Venezuela, ao longo de vários anos. Estima-se que a Colômbia tenha cerca de 6 milhões de pessoas deslocadas internamente, devido à guerra civil. Também se estima que haja entre 4 e 5 milhões de colombianos vivendo na Venezuela. A economia venezuelana atual é altamente subsidiada e muitos colombianos vão até lá para se abastecerem de diversos produtos, que acabaram sendo usados no contrabando. Um grupo de contrabandistas colombianos (segundo autoridades venezuelanas) atacou soldados da Venezuela e isso acarretou o começo das expulsões dos colombianos que vivem na região da fronteira. Por trás disso, há tensão permanente derivada da acusação colombiana de que a Venezuela apoiaria a guerrilha das Farc. Claro que a crise econômica venezuelana faz com que o governo de Maduro venha a se preocupar muito com esses problemas.

[Anderson Amendola]
2/11/2015 18:29

Sem problema professor, eu vou fazendo as perguntas e o senhor pode ir respondendo quando tiver um tempo livre, agradeço novamente pela sua disposição e peço mil desculpas pelo nosso desencontro. A segunda pergunta seria: Qual a posição dos Brasil, dos EUA e dos demais países latino americanos (os principais) em relação a essa questão? Apoiam a Venezuela ou a Colômbia?

[Fernando Almeida]
2/11/2015 18:30

No que se refere aos EUA, sempre apoiarão qualquer situação que enfraqueça a Venezuela.
Os demais costumam ser observadores que entendem as razões da Venezuela. O fato de a Colômbia ter sete bases militares estadunidenses e receber grande ajuda financeira dos EUA torna o país um tanto isolado no ambiente político sul americana atual.

[Anderson Amendola]
2/11/2015 18:36

Qual seria o órgão internacional que tem mais legitimidade ou teria mais poder e influência para resolver a controvérsia pacificamente? A OEA ou a UNASUL?

[Fernando Almeida]
2/11/2015 18:38

Para a Colômbia,seria a OEA, mas ela é vista como instituição pouco confiável pelo Mercosul e outros países,em razão do peso dos EUA e do Canadá. A Unasul, como entidade apenas regional, é mais aceita.

 [Anderson Amendola]
2/11/2015 18:46

Ocorreu um "tentativa" de Golpe apoiado pela CIA quando o ex-Presidente Chavez estava no poder. Acredita que exista alguma pressão externa pela retirada do presidente Maduro do Poder na Venezuela? Caso positivo, essa pressão se limitaria aos Estados Unidos?

[Fernando Almeida]
2/11/2015 18:50

O golpe de 2002 é o único que foi documentado do inicio ao fim por uma equipe de jornalistas europeus e é simbólico para o Chavismo. Um dia antes dele, as lideranças golpistas estiveram em Washington. A Venezuela é um país com forte clivagem interna, há muito tempo, mas não teve o ambiente político convulsionado pelas guerrilhas, como a Colômbia teve. Há muita pressão externa e vem dos EUA. Eles chegaram ao absurdo de considerar o país sul americano uma ameaça à sua segurança nacional, o que chegou a ser patético e motivo de estranhamento em todas as chancelarias da América do Sul.

[Anderson Amendola]
2/11/2015 18:55

Mas até que ponto esse "fechamento" das fronteiras é uma política viável? Essa crise não seria uma forma do Presidente Maduro encobrir a grave crise econômica que afunda o país por meio da criação de um "inimigo" externo?

 [Fernando Almeida]
4/11/2015 00:20


É possível essa utilização, mas é a Colômbia que tem mais de 4 milhões de patrícios na Venezuela (que tem cerca de 30 milhões de habitantes) e não o contrário.